
Nossa sociedade contemporânea está atravessando por uma crise global gerada pela formação territorial predominante que não apenas transcende aos tomadores de decisão como também às práticas e atuações desde o campo da técnica e a ciência. A constante neste cenário em crise é manifestada na incapacidade para ler e compreender contextos sociais diversos e, desta forma, projetar o território em termos de dar respostas funcionais e compatíveis aos mesmos
As consequência desta crise são verificáveis em diferentes campos:
1. Tensões urbano/rurais
A fragmentação e esvaziamento de territórios rurais, agredidos desde as cidades com o avançar de uma ocupação imobiliária descomprometida com a paisagem, sendo cúmplice da produção rural que apenas prioriza o lucro individual de curto prazo sem perceber a destruição dos ecossistemas que dão vida ao território
2. Sociedade e desigualdade
A sociedade do consumo abusivo e consequentemente, do desperdício: questões que geram grandes assimetrias sociais que são evidenciadas quando observamos a desagregação e isolamento das periferias pobres das cidades. Situações que são agravadas ante a incapacidade dos “administradores públicos”, em todas suas escalas, para gerir os territórios desde estratégias funcionais a tais contextos a partir da promoção do compromisso com o bem comum

MUROS QUE SEPARAM IGUAIS DE INEGUAIS
Frente ao cenário da transição paradigmática descrita, denota-se necessária uma alternativa de pensamento que se oponha às causas profundas da problemática anunciada e desta forma, propicie a “paz com os territórios” com o objetivo de encontrar respostas compatíveis e amigáveis com os mesmos.
Assim, surge a necessidade de “reinventar” os sistemas urbano-rurais desde a nova visão que denominamos
A CULTURA DA VIDA HOLÍSTICA OU PLENA NA TERRA
“…se dar bem com a vida, desde o cuidado e respeito dos territórios , por parte das sociedades que os habitam”
A CORAGEM DE PROMOVER UM CAMINHO ÉPICO
O trânsito para uma nova forma de modelar os territórios, desde a associatividade com estes territórios para formar um sentimento de pertencimento e, ao mesmo tempo, de respeito e identidade com a paisagem, compreendidos como um bem comum a todos. Esta nova cultura surge de um conceito central que denominamos:
A BIOTECTURA
Ou seja, a construção do bom viver nos territórios urbanos e rurais, pensada desde uma visão holística e da integralidade. Busca redescobrir a essência da paisagem, sua verdadeira identidade e, a partir dela, provocar sua modelação com profunda qualidade ética e estética, em todas suas escalas de atuação.