Premissas para a Vida Urbana Coletiva

A URBITETURA - A textura integrada da cidade - Conceitos Globais

O objetivo desta publicação será partilhar premissas globais, entendidas como recomendações urbanísticas para a vida urbana coletiva, inspiradas nas considerações de caráter internacional, indicadas pela O.N.U, no seu segmento destinado às cidades.

O intuito será poder estabelecer um marco orientador para a elaboração dos futuros planos de ocupação e uso do solo municipal, que priorizem e façam ênfase no valor da vida coletiva nos territórios.

Nesse sentido, são partilhados conceitos de alcance global para serem considerados na hora de projetar espaços urbanos ou mesmo, pensar nos processos de planejamento locais.

Modelação territorial da matriz ecológica ‘consciente’, no sentido de entender as áreas de valor paisagístico e ecossistêmico como no caso dos Núcleos Naturais e Culturais a  serem protegidos.

Tanto no aspecto produtivo como paisagístico de virtude cultural. Entendido no marco conceitual de Parque Agrário Integral, que inclui não só o fortalecimento dos núcleos de vilarejos rurais, como também os caminhos e itinerários de valor patrimonial identitário (turístico, natural e cultural).

A organização funcional da interface, entre espaço urbano e o rural, é entendida como uma área de amortecimento mobilizada pelo conceito modelador espacial de Parque de Atividades (concentração de ocupação e descentralização de usos). Questão que implica na abordagem de uma configuração estratégica entre os atratores de valor cultural (Centros de Convivência Social, Enclaves Habitacionais Autossuficientes Qualificados) e os ativadores de significância econômica (Usinas de Produção Integrada entre fluxos de matéria, energia e conhecimento); sempre a partir de uma conectividade integrada do sistema

Consolidação da ocupação da estrutura urbana, inspirada na vida coletiva, a partir do conceito integrador de Parque Urbano.

Fomento de uma estratégia de mobilidade e acessibilidade urbana sustentável, funcional ao modelo espacial territorial.

O território municipal, pensado em termos estratégicos de projeção global, porém que seja consciente da integração com a microrregião, sem perder o foco no local, por meio da ideia de cidade região / caminho de cidades.

A proposição de uma nova forma de gestão organizacional, eficiente e representativa, para a implementação de um Modelo Estratégico de Desenvolvimento Integral, pensado como política para a vida coletiva, com base na constituição de uma Agência de Desenvolvimento Integral para o território.

Dos conceitos às figuras urbanísticas estruturadoras do modelo espacial

As premissas descritas estarão resumidas no infográfico apresentado na sequência:

  • Modelo Territorial Consciente da Matriz Ecológica
  • Espaço Rural como âmbito a cuidar, Patrimônio Natural e Cultural
  • A Memória Social, Referência da Identidade
  • Consolidação da Ocupação da Estrutura Urbana
  • Interface Rural – Urbana (articulação entre ruralidade e urbanidade)
  • Descentralização e Concentração (atratores culturais e ativadores econômicos)
  • Corredores de Infraestrutura verde e fortalecimento de Povoados Sustentáveis
  • Mobilidade e acessibilidade urbana sustentável (vida para pedestres)
  • Integração territorial (caminho de cidades)
  • Um modelo elaborado como uma estratégia de política pública para o cuidado da vida coletiva de uma sociedade
Ilha Pedestre Canto União
Rua Coberta

A partir do enunciado, deve-se entender que as premissas globais, as quais se referencia, podem ser traduzidas por exemplos concretos no território, a título de demonstração representativa espacial.

Por essa razão, será partilhado o caso da cidade de Estância Velha no Estado de Rio Grande do Sul, no qual nossa organização implementou todo o processo de planejamento urbano destinado à definição das novas diretrizes estratégicas para esse território, com projeção para os próximos 30 anos.

Elucida-se, na sequência, as figuras estruturadoras do modelo espacial para o caso antes indicado.

1- PARQUE URBANO : consolidação da estrutura urbana

  • Espaços para a vida coletiva
  • Dinâmica de convivência social e econômica
  • Bairros Jardim

2- PARQUE DE ATIVIDADES: interface urbano rural (amortecimento)

  • Núcleos Autossuficientes Multipropósitos
  • Economia consciente do território
  • Limites para a expansão urbano

3- O RURAL, PARQUE AGRÁRIO: produção, turismo e paisagem

  • Cultura Rural
  • Patrimônio Natural Paisagístico
  • Teatro de Experiências Produtivas
  • Corredores Ecossistêmicos

4- A PAISAGEM COMO ECOSSISTEMA (núcleos naturais e culturais)

  • Modelo de gradientes do território: dos núcleos centrais às áreas de atividades mistas de transição

As figuras referenciadas, acompanhando os conteúdos urbanísticos que aparecem na coluna da esquerda de cada imagem, constituíram os componentes mobilizadores do novo desenho espacial para o município em questão. Componentes que terminam de se materializar, de maneira integrada no território, ao se pensar no modelo completo, em termos de projeto urbano.

À continuação, encerra-se este material com a representação infográfica do Modelo Espacial para o Município de Estância Velha – RS.

Cada uma dessas referências indica atuações concretas no território, a fim de promover sua transformação benéfica em prol da vida coletiva na cidade.

Em outras palavras, modelar os territórios de maneira leve e articulada, construindo texturas urbanas integradas com sentido genuíno de comunidade; ao que gostamos de denominar como “urbitetura”!

Para maiores informações, assim como para acessar a essas ideias conceituais projetuais, é recomendado acessar ao documento “resumo gráfico visual” do Relatório Final do Modelo Estratégico de Desenvolvimento integral para Estância Velha – Projeto Estância 360°.