IV Fórum de Estudos Turísticos de Gramado-RS
Nos tempos atuais, a globalização tem desempenhado um papel fundamental na disseminação do consumismo ligado à mobilidade, impulsionando uma intensa interação entre lugares e culturas. No entanto, essa acessibilidade aos territórios também provoca a multiplicação das experiências humanas, destacando a necessidade crucial de preservar a identidade de cada cultura e local, assim como a individualidade de cada indivíduo.
Neste contexto, surge uma questão crucial: Estamos testemunhando o fim do turismo tal como o conhecemos? Ou, diante desse novo cenário, deveríamos considerar tudo o que ocorre em cada localidade como parte integrante do turismo – englobando cultura, eventos, conhecimento, gastronomia, trabalho e outros elementos?
A hiperconectividade e o hiperconsumo representam desafios significativos, expondo as identidades locais ao risco de serem submergidas pela maré global e sem fronteiras. Responder a essas perguntas exige uma abordagem consciente do novo cenário, que valorize a microrregião como um contexto associado necessário para a competitividade.
Nesse contexto, surge a primeira reflexão: O que realmente constitui desenvolvimento e competitividade? Essas questões levam ao papel do turismo no novo panorama e, a partir dessas discussões, emergem oito eixos fundamentais que orientam decisões institucionais e estratégicas de investimento em territórios:
- Integração Territorial para o Desenvolvimento Turístico em um Cenário Global em Transformação
- Preservação da Qualidade Ambiental Paisagística para Sustentabilidade
- Promoção de uma Economia Consciente e Cultura Patrimonial Identitária
- Fomento a uma Cultura Educadora e Espaços de Referência
- Criação de Cidades Atrativas para Habitantes e Turistas
- Melhoria da Mobilidade, Acessibilidade e Logística para Competitividade Microrregional
- Impulsionar Projetos Emblemáticos para Ampliar a Vocação Microrregional
- Fortalecimento da Governança e Gestão Integrada
A importância de manter uma visão global do novo cenário, com foco no local para viabilização. Três palavras-chave emergem deste contexto: consciência pública, investimentos estratégicos e governança de processos.
Em conclusão, a premissa central é a criação de comunidades mais igualitárias, ancoradas em uma cultura consciente da vida íntegra, estabelecendo uma ponte estratégica entre sociedade e contexto. O foco é preservar o valor da vida coletiva como a essência que nutre cada indivíduo. Nesse caminho, as identidades locais podem prosperar, mesmo diante da onda globalizante.